Autossabotagem, autoconhecimento & Síndrome da impostora

Gardênia Pereira
4 min readApr 3, 2023

A síndrome do impostor é caracterizada por pessoas que têm tendência à autossabotagem, além de ser uma desordem psicológica de autopercepção. É uma síndrome ligada à: capacidades, habilidades e o não-merecimento.

Quem é atingido pelo fenômeno tem a impressão de estar enganando as outras pessoas ou de não ser merecedor dos próprios êxitos, como se eles fossem resultado de sorte ou do acaso.

Sentimento de não pertencimento: as pessoas podem pensar que não merecem estar onde estão, seja profissionalmente ou nas relações interpessoais. É comum que haja um sentimento de não pertencimento aos locais que, como consequência, leva as pessoas a se afastar dos grupos.

Procrastinação: É o ato de adiar tarefas. Pode vir a partir de uma insegurança dos indivíduos sobre as tarefas a executar. É preciso ter certeza sobre a origem da procrastinação para saber se ela está associada à síndrome.

Autossabotagem: É um comportamento comum que se caracteriza pela criação de mecanismos para fugir de certas experiências em que a pessoa não se sente segura.

Autodepreciação: Pessoas com a síndrome tendem a gostar menos de suas qualidades e características, tornando-se amarguradas e tóxicas consigo mesmas.

Dificuldade de receber elogios e de se apropriar do sucesso: Por não aceitarem que são boas em algo, as pessoas nessa condição acabam tendo muita dificuldade para aceitar que os outros encontrem boas características nelas. Por isso, acabam rechaçando elogios e contrapondo as pessoas o tempo todo. Torna-se mais difícil, então, apreciar qualquer tipo de reconhecimento recebido.

Autocrítica excessiva: A pessoa se acostuma a fazer análises críticas sobre suas próprias ações. Com o passar do tempo, podem perder a capacidade de encontrar boas lições de erros e se punissem o tempo todo.

Comparação: É quase regra que as pessoas só consigam encontrar boas características nos outros e nunca em si próprios. Às vezes basta uma situação para que essas pessoas comecem a relacionar pontos de sua vida com os de outras.

Crença de não ser boa o suficiente e sentimento de fraude: Por questionar demais, acaba acreditando que não é tão boa no que faz. É esse pensamento que gera a sensação de ser um fraude, e que está enganando as pessoas que acreditam no seu potencial.

É importante ressaltar que a síndrome não é exclusiva a nenhum grupo específico, mas é fato que o fenômeno é mais comum entre as mulheres. Uma das razões da crença de que não se é realmente competente pode estar relacionada a: Personalidade, infância, classe social, raça e gênero.

Um dos agentes geradores da Síndrome é internalização de estereótipos de gênero, que muitas vezes corroboram com a reprodução do machismo estrutural. Se, por um lado, os homens tendem a superestimar as suas conquistas, as expectativas ligadas ao papel da mulher na sociedade as colocam em uma posição de desconfiança em relação à sua própria inteligência.

Lembrando que nossos gostos pessoais, nossa diversão, a maternidade entre outras características NÃO anulam nossa competência.

A maioria dos sintomas e sinais da síndrome da impostora podem ser agravados se o indivíduo os cultivar. Por isso, o que pode ajudar é o autoconhecimento, que pode ser construído através da PSICOTERAPIA.

Se você quer realmente saber se sofre com a síndrome do impostor ou se está sofrendo por conta de um dos sinais, procure um/a psicólogo/a. A psicoterapia possibilita o autoconhecimento e a resolução de conflitos, é e uma das principais responsáveis na melhora da saúde mental.

“Michelle Obama, por meio da ajuda profissional, buscou fortalecer a autoestima e as emoções, valorizando cada pequena vitória e olhando, cautelosamente, para todas as dificuldades e o empenho empregado para se alcançar algo.”

O pensamento disfuncional é comum a todos os transtornos psicológicos, ou seja, em diversos diagnóstico existirão pensamentos equivocados a respeito de si próprio. Na Síndrome da Impostora (SDI) não seria diferente. Abaixo, um esquema de exemplo de como é, possivelmente, a estrutura de pensamento:

O modelo cognitivo pressupõe então que o terapeuta, provavelmente, após avaliar a fala/discurso/situação, auxiliar na validade desse pensamento automático. A partir disso a pessoa pode perceber que pode ter generalizado a situação e que na verdade, consegue manter e realizar bem suas tarefas APESAR da Síndrome da Impostora.

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Gardênia Pereira

Psicóloga e pós graduada em Neuropsicologia. Escrevo sobre saúde mental, música e comportamento.